OEE baixo, entregas atrasadas e dúvidas frequentes sobre o que está travando a produção? Quando o rendimento da fábrica não acompanha o que foi planejado, identificar a causa pode ser mais complexo do que parece.
Mesmo que o índice final se aproxime dos 85% (classe mundial), é possível que um dos pilares esteja abaixo do ideal.
Cada um deles precisa atingir níveis específicos: pelo menos 90% de disponibilidade, 95% de performance e 99,9% de qualidade. Mas se você ainda não entende direito como essa conta é feita, fique tranquilo!
Neste artigo, mostramos como o OEE funciona, como calcular seus três pilares e por que ele é tão importante para a eficiência industrial.
Se o desempenho da sua fábrica falasse, o que ele revelaria? Continue lendo e descubra como interpretar esse número além da superfície!
O que é OEE e qual sua importância na indústria?
OEE é a sigla para Overall Equipment Effectiveness, ou Efetividade Global do Equipamento. Trata-se de um indicador que mostra quanto uma máquina produziu em comparação ao que ela seria capaz de produzir em condições ideais.
Criado por Seiichi Nakajima, dentro da metodologia TPM (Manutenção Produtiva Total), esse conceito passou a ganhar espaço entre as empresas que adotam os princípios da manufatura enxuta.
Com o tempo, se tornou uma referência até em fábricas que ainda não seguem o modelo lean, justamente por conseguir traduzir o desempenho real de um equipamento.
Com base nesses dados, os gestores conseguem avaliar os gargalos da operação. Logo, a escolha das ações de melhoria deixa de ser baseada apenas em feeling ou metas financeiras genéricas.
OEE e lean manufacturing: como esses conceitos se conectam?
OEE e lean manufacturing se conectam porque um mede o desempenho dos equipamentos, enquanto o outro busca eliminar tudo o que atrasa ou atrapalha a produção.
Quando aplicados juntos, ajudam a enxergar onde estão os gargalos e o que pode ser feito para eliminá-los.
O Lean parte de cinco princípios que guiam toda a gestão: identificar valor, mapear o fluxo de valor, garantir um fluxo contínuo, implementar a produção puxada e buscar a perfeição.
Quando aplicado ao OEE, é possível ir além de diagnósticos gerais. A análise se torna mais detalhada, com foco em problemas como setups demorados, falhas recorrentes e pequenas paradas que afetam o resultado total.
Os 3 pilares do OEE
O OEE é calculado a partir de três pilares: disponibilidade, performance e qualidade. Cada um deles aponta para um tipo de perda dentro da produção.
Disponibilidade
A disponibilidade mede quanto tempo a máquina produziu durante o período em que deveria estar ativa. Esse índice leva em conta paradas inesperadas, como falhas mecânicas, setups demorados ou espera por matéria-prima.
Por exemplo, se um turno tem 6 horas e a máquina ficou parada 2 horas para uma troca de ferramenta, esse tempo é descontado. O tempo total disponível cai, e o índice de disponibilidade também.
Performance
Aqui, o foco é a velocidade. A performance compara o tempo de ciclo real e ideal, o que revela se a produção está mais lenta do que o esperado.
Se a máquina deveria produzir uma peça a cada 20 segundos, mas está levando 30, a diferença impacta esse pilar. Isso pode ocorrer por desgaste de equipamentos, falta de ajustes ou até operação inadequada.
Qualidade
O terceiro pilar mede quantas peças boas saem da linha de produção. Se foram feitas 4000 peças e 400 são rejeitos, a qualidade foi impactada em 10%. Quanto mais retrabalho ou descarte, menor será esse índice.

Como calcular o OEE
Imagine uma máquina que opera por um turno de 9 horas (540 minutos). Durante esse período, ela ficou parada por 30 minutos para preparação e 20 minutos aguardando reabastecimento. Ou seja, produziu durante 490 minutos.
Nesse intervalo, a máquina produziu 2.000 peças, com um tempo de ciclo padrão de 8 segundos por artigo. No final do turno, 50 peças foram descartadas por apresentarem defeitos.
Vamos ao cálculo!
1. Disponibilidade
A disponibilidade mostra quanto tempo, de fato, a máquina ficou em operação.
Fórmula:
Disponibilidade (%) = (Tempo produzindo / Tempo programado) × 100
No exemplo:
Disponibilidade = (490 / 540) × 100 = 90,74%
2. Performance
A performance compara a produção real com a produção teórica. Considerando que o tempo de ciclo padrão do item é de 8 segundos:
Fórmula:
Performance (%) = (Produção real / Produção teórica) × 100
Produção real: 2.000 peças
Produção Teórica = Tempo Produzindo / Tempo ciclo padrão
Produção teórica = (490min × 60s) / 8s = 3.675 peças
Performance = (2.000 / 3.675) × 100 = 54,42%
3. Qualidade
A qualidade mostra quantas peças boas foram fabricadas.
Fórmula:
Qualidade (%) = (Peças boas / Total produzido) × 100
Peças boas = 2.000 – 50 = 1950
Qualidade = (1.950 /2.000) × 100 = 97,5%
4. OEE final
Agora, é só multiplicar os três resultados.
OEE = 90,74% x 54,42% x 97,5% = 48,15%
Esse valor mostra o quanto o equipamento está aproveitando o tempo disponível com bom ritmo e baixa perda de qualidade. Quando alcança 85%, é considerado um nível de classe mundial.
Como a Albuquerque Paulo ajuda na gestão do OEE?
Na Albuquerque Paulo, ajudamos nossos clientes a enxergar o OEE como um reflexo da estrutura de custos da fábrica.
Quando o sistema de custeio está desalinhado, o indicador deixa de mostrar a realidade. Por isso, nossa consultoria trabalha na base do problema: construímos controles mais claros, revisamos os critérios de classificação e ajustamos o modelo de custeio.
Com isso, o cálculo da taxa hora/homem, as fichas analíticas por produto e a definição de custos fixos e variáveis ganham outra consistência. O OEE começa, então, a ter uma leitura mais próxima da prática da fábrica, e não só da teoria.
Além disso, implantamos ferramentas para controle de gastos por centro de custo. Isso facilita o bloqueio de despesas fora do previsto e reforça a disciplina na execução.
E quando o próximo passo envolve investir, também ajudamos a captar recursos junto ao BNDES, Desenvolve SP, agências de fomento estaduais e instituições financeiras — tanto para projetos de curto quanto de longo prazo.

Conclusão
OEE é muito mais do que um número final. Ao destrinchar disponibilidade, performance e qualidade, esse indicador permite enxergar perdas que comprometem o desempenho da fábrica.
Mesmo que o resultado geral pareça aceitável, olhar isoladamente para cada pilar é o que revela, de fato, onde a produção está ficando para trás.
A conexão com o lean manufacturing também mostra o quanto esses conceitos se complementam. Enquanto o primeiro aponta os gargalos, o segundo orienta as ações para corrigi-los.
Com essa combinação, é possível sair do achismo e partir para decisões com base em dados.
Na Albuquerque Paulo & Associados, tornamos a efetividade global do equipamento mais fiel à realidade da fábrica. Nossa consultoria parte do alinhamento entre custos industriais, preço e operação.
Reestruturamos os controles, ajustamos o modelo de custeio e construímos indicadores que ajudam a entender onde a fábrica está perdendo margem — e como recuperar esse valor.
Aproveite e conheça também a consultoria Lean da AP&A e potencialize seus resultados!
