MRP: etapas, cálculo e benefícios para sua indústria

Classificação de custos de uma empresa
Classificação de custos de uma empresa

MRP é a solução que muitas indústrias buscam para evitar atrasos na produção e excessos ou faltas de estoque que pesam no orçamento. 

Você já se deparou com ordens paradas por falta de matéria-prima ou com produtos acumulados sem saída? 

Esses problemas são comuns em empresas que ainda dependem de processos manuais ou sistemas desatualizados. 

Com a pressão por resultados mais eficientes, não surpreende que uma pesquisa divulgada pelo Portal ERP aponte que cerca de 33% das empresas planejam adquirir ou trocar seus sistemas ERP até 2026

Mas como o MRP entra nesse cenário? Ao longo do texto, você vai entender:

  • O que é e como funciona
  • Etapas do processo
  • Tipos disponíveis
  • Diferenças em relação ao ERP
  • Como transforma processos, logística e administração na indústria

Como seria controlar estoque e produção sem estresse? Descubra a solução agora!

Saiba mais: Planejamento e controle de produção: entenda como funciona

O que é MRP?

MRP significa Manufacturing Resource Planning, ou Planejamento de Recursos de Produção. É um software criado para controlar e organizar os componentes necessários na fabricação de produtos.

Trata-se de um conceito voltado para a gestão dos recursos envolvidos na fabricação de produtos, como materiais, pessoas, equipamentos e tecnologia. 

Ele serve para organizar de forma estruturada todos os elementos necessários para que a produção ocorra conforme as demandas da empresa.

Onde se aplica o MRP?

O MRP é utilizado em empresas de diferentes setores e tamanhos para organizar processos produtivos, logísticos e administrativos. Seu uso se destaca na fabricação, na gestão de estoques e no planejamento de demanda.

Segundo a pesquisa Panorama Mercado Software 2024, divulgada pelo Portal ERP, cerca de 33% das empresas planejam adquirir ou trocar seus sistemas ERP até 2026. 

Esse movimento reflete a busca por ferramentas que garantam mais controle sobre a produção e estoques — exatamente o papel do MRP, que organiza materiais, planeja prazos e evita excessos ou faltas na produção.

Agora, vamos entender melhor as suas aplicações!

MRP na fábrica

Indústrias utilizam o MRP para planejar a produção, organizar a aquisição de matéria-prima e gerenciar estoques. O software calcula as quantidades necessárias para a fabricação, com o intuito de evitar excessos ou faltas de insumos.

Além disso, a ferramenta estrutura o planejamento das atividades, acompanha o andamento da produção e aponta possíveis atrasos ou falhas. 

Veja também: Chão de fábrica: desafios e como fazer uma gestão eficiente

MRP na logística

Na logística, o planejamento de recursos ajuda a prever demandas e organizar estoques. Dessa forma, com um controle preciso dos materiais, a gestão de pedidos é aprimorada. Como resultado, as entregas acontecem com mais rapidez.

Com uma visão integrada, a empresa consegue ajustar processos e melhorar o fluxo de suprimentos, evitando interrupções.

 Imagem de contêineres de transporte marítimo em um sistema logístico digital, com destaque para um contêiner laranja com a sigla MRP, simbolizando gestão de recursos em logística.

MRP na administração

Embora menos comum, o uso desse software na administração também é benéfico. O sistema monitora estoques em tempo real, o que ajuda na reposição de produtos e no equilíbrio entre oferta e demanda.

MRP no setor de construção civil

Construtoras e incorporadoras usam o MRP para planejar compras de materiais, controlar estoques de canteiro e coordenar prazos de obras. 

MRP no varejo e e-commerce

Lojas e marketplaces utilizam o MRP para gerenciar estoques de produtos e planejar reposições conforme a demanda prevista. Isso evita falta de produtos e excesso de mercadorias encalhadas, melhorando o fluxo de vendas e a experiência do cliente.

MRP em empresas de engenharia sob encomenda

Negócios que produzem itens personalizados aplicam o MRP para coordenar cada projeto individual.

O sistema garante que os materiais certos estejam disponíveis nos prazos combinados com os clientes, além de auxiliar no gerenciamento de etapas complexas e cronogramas de produção.

Quais são as vantagens do MRP?

As principais vantagens do MRP são:

  • Controle eficiente do estoque: mantém os níveis adequados de matéria-prima e evita compras emergenciais – não programadas.
  • Redução de falhas humanas: automatiza processos, o que diminui os erros operacionais.
  • Menos atrasos: ajuda a planejar melhor os prazos e evitar gargalos.
  • Prevenção de tempo ocioso: garante que a produção não pare por falta de materiais.
  • Aumento da produtividade: mantém o ritmo de produção estável e contínuo.
  • Gestão estratégica: melhora a tomada de decisões com dados mais precisos.
  • Redução de perdas financeiras: evita desperdícios e gastos desnecessários.

Quais são as desvantagens?

Apesar dos benefícios, os sistemas MRP apresentam desafios que exigem atenção antes e durante a implementação, tais como:

  • Alto investimento de tempo e recursos: implementar o MRP exige mais do que pagar pelo software. É necessário dedicar horas para avaliação, configuração e treinamento da equipe. Consultores externos podem aumentar ainda mais os custos.
  • Necessidade de definição clara das demandas: escolher o sistema errado ocorre quando as necessidades da empresa não são mapeadas. Isso pode gerar um processo caro, complexo e pouco produtivo.
  • Adesão de toda a equipe é obrigatória: o software exige mudanças nos processos internos. Sem engajamento de gestores e funcionários, a implementação enfrenta resistência e atraso.

Veja também: Lean Six Sigma: saiba o que é e como funciona

Imagem com blocos de madeira exibindo as letras M, R e P, em um ambiente de escritório com uma agenda, canetas e papel com anotações e gráficos.

Quais são os tipos de MRP?

O MRP pode ser dividido em dois tipos. A principal diferença entre eles está no nível de planejamento e controle da produção.

MRP I

O MRP I foca no cálculo das quantidades exatas de itens a serem produzidos, nos materiais necessários e nos prazos de entrega. Ele permite realizar um controle mais enxuto da produção.

MRP II

O MRP II vai além da gestão de materiais e inclui outros fatores da operação, como capacidade produtiva, mão de obra, maquinário e custos. 

Esse modelo oferece uma visão mais ampla da fábrica, permitindo que a produção seja ajustada conforme os recursos disponíveis.

Diferenças entre MRP I e MRP II

O MRP I, ou Material Requirement Planning, concentra-se no planejamento de materiais. Seu objetivo é determinar quais itens e em que quantidades são necessários para atender ao plano de produção, evitando excesso ou falta de estoque.

O MRP II, ou Manufacturing Resource Planning, surgiu como evolução do sistema anterior. 

Ele mantém o controle de materiais, mas amplia o escopo para todos os recursos da produção, incluindo mão de obra, máquinas, ferramentas e cronogramas. Também avalia a capacidade produtiva para evitar sobrecarga e atrasos.

Além disso, o MRP II incorpora gestão da qualidade, garantindo que os produtos estejam dentro dos padrões estabelecidos, e integra o planejamento financeiro, contemplando custos de produção, orçamento e análise de retorno sobre investimentos.

Qual a diferença entre MRP e ERP?

A diferença entre MRP e ERP está no foco e abrangência de cada sistema. O MRP é voltado para o planejamento de materiais e produção. Já o ERP abrange outros setores da empresa, como finanças, estoque e recursos humanos.

Enquanto o primeiro calcula a demanda de insumos e controla a cadeia de suprimentos, o segundo integra diferentes áreas em um único sistema. 

Como funciona e quais as etapas do MRP?

O MRP envolve o planejamento de produção, a análise da necessidade de materiais e a definição do plano de produção. Essas etapas garantem que os insumos sejam adquiridos no momento certo e que a fabricação ocorra sem atrasos, equilibrando demanda e estoque.

Planejamento de produção

O primeiro passo é definir o que precisa ser fabricado e em quais prazos. Essa análise considera pedidos confirmados e previsões de demanda. O objetivo é garantir que os produtos estejam disponíveis no momento certo, sem excessos ou faltas no estoque.

Análise da necessidade de materiais

Após definir a produção, o sistema identifica os insumos e componentes necessários. A estrutura do produto, conhecida como lista de materiais (BOM – Bill of Materials), indica a relação entre produtos acabados, itens intermediários e matérias-primas. 

O software cruza essas informações com os estoques existentes e os tempos de reposição para gerar ordens de compra e produção.

Plano de produção

O resultado desse processo é um cronograma detalhado, conhecido como Plano Mestre de Produção (MPS – Master Production Schedule). 

Ele orienta a compra de materiais, o início de ordens de produção e a logística interna, sincronizando todos os processos para atender a demanda sem desperdícios.

Como é o cálculo do MRP?

O cálculo do MRP parte de três informações principais: volume de vendas (incluindo previsões), quantidade em estoque e lista de matérias-primas para a produção. Com esses dados, o sistema determina o que precisa ser comprado ou produzido e em qual momento.

O processo segue uma sequência lógica. Primeiro, é definido o plano de produção. Depois, identifica-se a necessidade de materiais. Por fim, o cálculo considera as etapas produtivas e o tempo necessário para cada uma. 

Infográfico explicando como calcular o MRP, destacando que ele baseia-se em volume de vendas, estoque e lista de matérias-primas para determinar o que deve ser comprado ou produzido.

Conheça a Albuquerque Paulo & Associados e melhore sua gestão!

Aqui na Albuquerque Paulo & Associados, estamos prontos para transformar a gestão de produção da sua indústria. Com mais de 20 anos de experiência, ajudamos empresas a otimizar seus processos produtivos e aumentar a eficiência operacional. 

Nosso foco é oferecer soluções personalizadas, que atendam às suas necessidades específicas, utilizando ferramentas como o MRP I e II. 

Além disso, nossa consultoria abrange o PCP completo e a gestão de custos, ferramentas que permitem uma gestão mais eficiente da produção e do uso dos recursos. 

Com elas, conseguimos eliminar gargalos, otimizar a programação da fábrica e melhorar a interação entre os departamentos, como produção, manutenção e logística. Juntos, podemos tornar sua operação mais ágil, produtiva e rentável.

Quer ver na prática? Confira nosso case de sucesso a seguir!

Case de sucesso: otimização da produção em indústria moveleira de São Paulo

A AP&A ajudou uma indústria moveleira a superar atrasos constantes nas entregas e conflitos internos entre os departamentos comercial e de produção. 

O diagnóstico identificou falhas nos procedimentos operacionais, uso inadequado do módulo de PCP do ERP e sobrecarga no departamento de engenharia, que dificultava o planejamento da produção.

A solução envolveu:

  • Redesenho dos procedimentos operacionais da fábrica.
  • Reparametrização completa do módulo PCP do sistema ERP.
  • Ajustes nos cadastros de produtos e roteiros operacionais.
  • Automação dos apontamentos de produção.
  • Implantação da metodologia para cálculo do OEE.
  • Treinamento da equipe para engajamento e uso correto do sistema.
  • Teste de stress do sistema para garantir operação contínua, mesmo nos picos de produção.

Com essas ações, a empresa alcançou:

  • 98% de pedidos entregues no prazo, melhorando o relacionamento com os clientes.
  • Eliminação das compras emergenciais, gerando 40% de economia nos KPIs do departamento de compras.
  • Redução de 85% nos gastos com horas extras, graças a um planejamento mais eficiente da equipe.

A produtividade e a disponibilidade dos equipamentos aumentaram significativamente. Isso tornou a gestão da produção mais clara e eficiente. Além disso, o acompanhamento passou a ser feito em tempo real por meio de painéis estratégicos instalados na fábrica.

Entre em contato conosco e implemente soluções personalizadas em sua empresa! 

Conclusão

MRP é a ferramenta que garante mais controle e previsibilidade na produção industrial. Ele organiza os materiais, planeja os prazos e calcula exatamente o que é necessário para atender à demanda, evitando excesso de estoque ou falta de insumos. 

Nas fábricas, a ferramenta ajuda a reduzir atrasos e desperdícios; na logística, melhora o fluxo de materiais; e na administração, permite monitoramento em tempo real e decisões mais precisas. 

Na Albuquerque Paulo & Associados, transformamos esse potencial em resultados concretos. Nossa experiência permite integrar setores, ajustar processos e manter sua fábrica funcionando no ritmo certo, sem surpresas ou interrupções.

Cada projeto é desenhado para atender às particularidades da sua operação, equilibrando eficiência e produtividade. Conheça as nossas soluções!

Economista com especialização em Gestão Empresarial pela FGV e mais de 30 anos de experiência em gestão industrial e custos operacionais. Atuou em grandes empresas, liderando projetos de alta complexidade focados em performance no chão de fábrica e aprimoramento de sistemas de custeio. Luiz é reconhecido por sua objetividade, disciplina e foco em resultados.

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