O custeio por absorção pode ser a resposta que você procura para entender por que os números da produção não batem com o lucro esperado.
Custos indiretos que somem, margens apertadas e preços de venda definidos “no olho” são problemas comuns em muitas indústrias.
E você não está sozinho nisso: segundo a Pesquisa de Otimização de Custos de Manufatura 2024, 87% das empresas do setor colocam a redução de custos entre as três principais prioridades, buscando economias médias de 12% — e, no caso das líderes, até 30%.
Em um cenário assim, entender cada centavo que entra na linha de produção deixa de ser detalhe e vira estratégia. A seguir, você verá como o sistema de custeio por absorção funciona, como calcular seus componentes e o que o diferencia de outros modelos.
Quer entender de onde vem cada centavo do seu custo de produção? Continue a leitura e descubra como o custeio por absorção pode mudar o modo como você enxerga seus números.
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Tabela de conteúdos
- O que é o custeio por absorção?
- Como funciona o sistema de custeio por absorção?
- Como calcular o custeio por absorção?
- Diferença entre custeio por absorção e custeio variável
- Vantagens e desafios do custeio por absorção
- Como a Albuquerque Paulo & Associados auxilia na gestão de custos industriais
- Conclusão
O que é o custeio por absorção?
O custeio por absorção é um método que imputa todos os custos industriais de produção (fixos e variáveis) aos produtos ou serviços.
Com isso, o sistema de custeio por absorção engloba:
- Custos diretos
- Custos indiretos
- Custos fixos
- Custos variáveis
Nesse sistema, tanto os custos diretos quanto os indiretos são considerados para o cálculo. Aliás, aqui cabe a diferenciação entre custos e despesas, a qual é vital para a precisão do sistema.
As despesas, diferentemente dos custos, são gastos não diretamente associados à produção, como aqueles decorrentes de questões administrativas e de marketing.
Como funciona o sistema de custeio por absorção?
O custeio por absorção funciona ao somar todos os custos envolvidos na produção de um item, incluindo custos diretos e indiretos. A intenção é que cada produto carregue consigo tudo aquilo que foi necessário para ser fabricado.
Os custos diretos são o ponto de partida. Aqui entram a matéria-prima usada no processo e a mão de obra dos profissionais que atuam diretamente na produção.
Esses valores são identificados e atribuídos ao produto sem dificuldade, já que têm relação imediata com ele.
Em seguida, entra a alocação dos custos indiretos. Nesse grupo, estão gastos como energia elétrica, aluguel da fábrica e salários de áreas administrativas.
Como esses valores atendem toda a operação, eles são distribuídos entre os produtos por meio de critérios como horas trabalhadas ou tempo de uso das máquinas.
Com todos os custos reunidos, chega-se ao custo unitário. Ele resulta da soma dos custos diretos com a parte dos custos indiretos que cada produto absorveu.
Esse número serve como base para definir o preço de venda e avaliar a margem que se pretende alcançar no mercado.

Como calcular o custeio por absorção?
O cálculo do custeio por absorção começa com a separação dos gastos da empresa entre custos e despesas. Essa distinção é essencial, já que apenas os custos entram na conta.
1. Separe custos e despesas
Identifique todos os gastos e classifique-os corretamente. Custos estão relacionados à fabricação do produto, como matéria-prima, mão de obra e manutenção de máquinas.
Já despesas correspondem a gastos administrativos, comerciais ou financeiros, que não fazem parte do processo produtivo.
2. Identifique os custos diretos
Os custos diretos são os mais simples de apurar, pois estão vinculados de forma clara à produção. Por exemplo: ao produzir uma peça metálica, o gasto com chapa de aço, parafusos e a mão de obra utilizada na usinagem representa o custo direto.
3. Calcule os custos indiretos
Em seguida, reúna os custos que não podem ser associados a um item específico. Esses valores precisam ser distribuídos entre os produtos.
Uma forma comum é somar o total de custos e dividir pelo total produzido, embora isso nem sempre reflita com precisão a realidade da fábrica.
4. Faça o rateio
Com os custos diretos e indiretos definidos, é hora de somar ambos e dividir pela quantidade produzida. Assim, você encontra o custo total por unidade.
Exemplo:
Custos diretos: R$ 13.750
Custos indiretos: R$ 7.250
Produção: 420 unidades
Cálculo: (13.750 + 7.250) ÷ 420 = R$ 50,00 por unidade
5. Use critérios de ponderação
Em empresas que produzem diferentes modelos ou linhas, o rateio simples pode distorcer os resultados. Nesses casos, é comum ponderar os custos com base no tempo de produção ou na complexidade de cada produto.
Assim, mercadorias que demandam mais recursos recebem uma fatia maior dos custos indiretos.
Exemplo de ponderação:
Imagine que sua empresa produziu 420 camisetas, sendo:
- 240 do Modelo A, com tempo de produção mais longo;
- 180 do Modelo B, mais simples.
Tempo total investido:
- Modelo A: 900 horas (70%)
- Modelo B: 390 horas (30%)
Custos:
- Custos diretos: R$ 13.750
- Custos indiretos: R$ 7.250
Distribuição dos custos indiretos:
- Modelo A: R$ 7.250 × 70% = R$ 5.075
- Modelo B: R$ 7.250 × 30% = R$ 2.175
Custo final por unidade:
- Modelo A: (R$ 25 + R$ 21,15) = R$ 46,15
- Modelo B: (R$ 25 + R$ 12,10) = R$ 37,10
Com esse método, o custeio por absorção se torna mais fiel à realidade dos gastos e ajuda a entender quanto cada produto realmente custa para ser produzido.
Diferença entre custeio por absorção e custeio variável
O sistema de custeio por absorção apresenta vantagens significativas para a análise de lucro e a gestão de estoques. Ao mesmo tempo, também enfrenta desafios.
O custeio por absorção trabalha de modo a alocar todos os custos de produção, sejam eles fixos ou variáveis, ao produto. Em comparação, o custeio variável somente aloca os valores variáveis.
A primeira opção, portanto, pode oferecer uma visão mais completa dos custos totais do produto, o que é útil para uma análise de longo prazo.
Em contraste, o custeio integral e o custeio variável podem oferecer uma visão mais clara da contribuição marginal de cada produto. Isso é relevante para decisões de curto prazo, em que é preciso compreender o impacto direto dos custos variáveis na lucratividade.

Vantagens e desafios do custeio por absorção
A busca por maior controle de custos é uma prioridade para 87% das indústrias, segundo a Pesquisa de Otimização de Custos de Manufatura 2024.
Nesse cenário, o custeio por absorção ganha destaque por ajudar a entender onde estão os principais gastos e como reduzi-los de forma sustentável.
Assim como em outros métodos, há vantagens e desvantagens. Conheça as principais!
Vantagens
A principal vantagem é fornecer uma visão completa dos custos de produção. Esse tipo de custeio facilita o cálculo do lucro bruto e a gestão de estoques.
Além disso, este método pode incentivar uma melhor alocação dos recursos e a identificação de desperdícios e perdas.
Desvantagens
Uma das desvantagens do sistema é a possível demora na identificação de ineficiências produtivas, já que todos os custos são distribuídos sobre os produtos.
Também pode haver dificuldade na alocação precisa dos custos fixos, o que pode distorcer a análise de produtividade e lucratividade.
Como a Albuquerque Paulo & Associados auxilia na gestão de custos industriais
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Conclusão
O custeio por absorção continua sendo um dos métodos mais completos para compreender os reais custos de produção. Ao incorporar todos os gastos, ele oferece um panorama completo sobre quanto cada produto consome de recursos.
Esse entendimento é essencial para precificar corretamente, reduzir desperdícios e fortalecer a margem de lucro de forma sustentável.
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Economista com especialização em Gestão Empresarial pela FGV e mais de 30 anos de experiência em gestão industrial e custos operacionais. Atuou em grandes empresas, liderando projetos de alta complexidade focados em performance no chão de fábrica e aprimoramento de sistemas de custeio. Luiz é reconhecido por sua objetividade, disciplina e foco em resultados.


