Classificação dos Custos: Os Diferentes Tipos e Aplicações

Classificação de custos de uma empresa

A classificação de custos ainda é feita manualmente por grande parte das micro, pequenas e médias empresas no Brasil. 

O 1º Panorama da Gestão de Despesas Corporativas no Brasil mostrou que 39% delas usam planilhas ou até cadernos para registrar receitas e despesas. Além disso, 38% dos líderes acreditam que ferramentas automatizadas não são necessárias. 

Mas será mesmo que, com tanta tecnologia acessível, ainda faz sentido perder tempo com tarefas repetitivas?

Afinal, enquanto só 21% das empresas brasileiras utilizam inteligência artificial, 77% das que já adotaram relatam ganhos claros de precisão e economia de tempo. 

E é essa agilidade que permite analisar os dados rapidamente e deliberar com base em estatísticas confiáveis. 

Neste texto, você vai entender o que é a classificação de custos, sua importância e as várias aplicações no contexto industrial. 

Continue lendo e veja como uma simples reorganização nos investimentos pode revelar diversas oportunidades!

O que é a classificação de custos?

A classificação de custos é o processo de organizar os gastos da empresa por categorias, como custos operacionais, encargos administrativos e demais saídas. Ela faz parte da estrutura do fluxo de caixa e ajuda a entender para onde o dinheiro é direcionado.

Diferença entre custos, despesas e gastos

Na classificação de custos, têm-se por “custos” o que está relacionado à produção de bens e serviços. É o caso do custo dos insumos utilizados na fabricação de uma mercadoria.

Despesas são valores necessários para a operação diária, como salários e aluguel. Estas podem ser fixas ou variáveis. 

Gastos, por outro lado, são desembolsos gerais que não resultam em um bem ou serviço específico, como publicidade e viagens de negócios.

Quais são as principais classificações de custos nas empresas?

As principais classificações de custos nas empresas são: custos fixos, variáveis, diretos, indiretos, total e marginal.

Custos fixos e variáveis

Custos fixos são aqueles que não variam com o nível de produção. Exemplos são aluguel, salários administrativos e depreciação de máquinas.

Os variáveis, por outro lado, mudam com o volume de produção. Incluem matérias-primas, mão de obra direta e energia elétrica utilizada na fabricação. 

As empresas utilizam esta divisão para calcular o ponto de equilíbrio, essencial na tomada de decisões financeiras.

Custos diretos e indiretos

Custos diretos são facilmente atribuídos a um produto. Materiais utilizados na produção e mão de obra fazem parte dessa categoria.

Já os indiretos não podem ser ligados diretamente a um único produto. Eles incluem a manutenção da fábrica e os salários da equipe de supervisão.

Custo total e marginal

O custo total envolve a soma de todos os custos, tanto fixos quanto variáveis. Já o marginal refere-se ao aumento no custo total quando uma unidade extra é produzida. 

Analisar esses aspectos da classificação de custos ajuda as empresas a decidirem se vale a pena aumentar a fabricação. Isso é essencial para estratégias de expansão e otimização dos recursos.

O que é o custeio baseado em atividades (ABC)?

O custeio baseado em atividades (ABC) é um método que identifica os custos reais de produtos ou serviços a partir das atividades envolvidas em cada etapa da operação. Ele atribui os gastos com base no consumo de recursos por atividade.

Na prática, o ABC auxilia no mapeamento de tudo o que é feito dentro da empresa (produção, logística, atendimento, etc.) e relaciona essas ações aos custos diretos e indiretos.

O que é custo de oportunidade e por que ele importa na gestão?

Custo de oportunidade é o valor daquilo que se deixa de ganhar ao escolher uma alternativa em vez de outra. Esse conceito se aplica a qualquer escolha, desde decisões pessoais até grandes investimentos empresariais. 

Se uma empresa decide investir em marketing e não em tecnologia, ela terá um ganho, mas também renunciará a outra vantagem. Interpretar esse “valor invisível” ajuda a avaliar se a escolha compensa, mesmo sem retorno imediato.

O custo de oportunidade também pode ser implícito, como o tempo dedicado a uma atividade em vez de outra mais produtiva. Em ambos os casos, há impacto (direto ou indireto) no resultado.

Quais são os custos da qualidade e como eles impactam a operação?

Os custos da qualidade englobam o que é gasto para garantir a conformidade de produtos ou serviços. Eles se dividem em duas categorias principais: os da boa qualidade e os da não qualidade. 

O primeiro grupo inclui ações planejadas, que podem ser treinamentos, auditorias, manutenções preventivas e administração interna. 

Já os custos da não qualidade aparecem diante das falhas não solucionadas: retrabalho, desperdício de matéria-prima, devoluções, reclamações e até perda de clientes.

Quais fatores tributários devem ser considerados na formação de custos?

A formação de custos deve abranger os tributos que incidem sobre as atividades da empresa. O ICMS é um dos principais impostos estaduais e varia conforme o estado. 

Ele se aplica à circulação de mercadorias, ao transporte entre estados e municípios e aos serviços de comunicação. A alíquota impacta diretamente no custo total do produto.

Já o PIS e a COFINS são tributos federais incidentes sobre a receita bruta, e sua forma de apuração varia conforme o regime tributário, podendo ser cumulativa ou não cumulativa.

O IPI é outro imposto federal que precisa entrar no radar. Ele incide sobre produtos industrializados, e sua alíquota muda conforme a classificação fiscal do item. 

Também é importante não esquecer de impostos e taxas adicionais. O ISS, por exemplo, incide sobre serviços e é cobrado pelos municípios. Taxas de licenciamento, alvarás e outras cobranças locais interferem nos custos e devem ser incluídas no cálculo final.

O que é custo-padrão e como usá-lo no planejamento financeiro?

O custo-padrão é uma estimativa do quanto um produto deveria custar, com base em parâmetros técnicos, históricos e metas de desempenho. 

Ao contrário do custo real, que reflete o que foi desembolsado, o padrão é uma referência dentro da classificação de custos. Ele serve de base para o planejamento financeiro e permite comparar o que foi previsto com o que foi executado.

Incorporar o custo-padrão no planejamento financeiro melhora a noção sobre a capacidade produtiva da organização. 

A cada novo ciclo, é possível ajustar metas, revisar procedimentos e compreender se as ferramentas estão sendo utilizadas de forma coerente com os objetivos.

Essa metodologia ainda apoia a análise de desempenho. Considerando que a indústria já tem um valor de referência, fica mais fácil interpretar a eficiência da produção. E, ao alinhar isso à classificação de custos, os gestores conseguem detalhar os principais desvios.

Como os custos ambientais influenciam a estratégia das empresas?

Os custos ambientais influenciam a estratégia empresarial ao exigirem monitoramento sobre insumos, métodos e riscos. A gestão adequada desses custos pode reduzir desperdícios, evitar multas, aumentar a produtividade e trazer ganhos operacionais. 

Além disso, práticas sustentáveis fortalecem a imagem da marca, atraem consumidores conscientes, facilitam o acesso a mercados exigentes e melhoram as condições de financiamento. 

O que são economias de escala e como elas reduzem custos?

Economias de escala acontecem quando o custo médio de produção diminui à medida que a empresa aumenta o volume fabricado. Isso significa que, quanto mais ela produz, menor tende a ser o encargo por unidade. 

Aliado a isso, produzir em grande escala permite:

  • negociar preços melhores com fornecedores;
  • otimizar processos produtivos;
  • usar mão de obra especializada;
  • tirar proveito dos insumos disponíveis. 

Como a tecnologia auxilia no controle e na apuração de custos?

A tecnologia diminui custos ao automatizar protocolos, integrar informações e eliminar desperdícios. Sistemas de gestão, BPM, MRP e computação em nuvem contribuem com a condução da operação.

O MRP (Planejamento das Necessidades de Materiais), por exemplo, indica o que, quanto e quando comprar. Dessa forma, a indústria evita excessos de estoque e falta de insumos. Já os ERPs centralizam dados e evitam retrabalho. 

Softwares de BPM organizam fluxos de tarefas e cortam perdas operacionais. Enquanto a computação em nuvem reduz encargos com servidores físicos. Até mesmo o home office, viabilizado por ferramentas digitais, contribui com a redução de custos fixos.

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Conclusão

A classificação de custos é fundamental para gerir os números corporativos e saber qual é o destino do dinheiro. 

Com ela, é possível separar custos fixos e variáveis, diretos e indiretos, e avaliar a quantia total e marginal. Essa visão ajuda a identificar perdas e possibilidades de ganhos em  eficiência.

Muitas organizações ainda adotam métodos tradicionais para controlar seus gastos, o que pode limitar a agilidade e a precisão das informações. 

Enquanto isso, aquelas que incorporam tecnologias modernas conseguem responder mais rápido às mudanças e potencializar o uso dos seus ativos.

Economista com especialização em Gestão Empresarial pela FGV e mais de 30 anos de experiência em gestão industrial e custos operacionais. Atuou em grandes empresas, liderando projetos de alta complexidade focados em performance no chão de fábrica e aprimoramento de sistemas de custeio. Luiz é reconhecido por sua objetividade, disciplina e foco em resultados.

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